EU

"É necessário ter uma grande força de vontade para resistir hoje à tentação de rimar alguns versos e cantar, bem ou mal, os sentimentos que nos dominam em certas épocas da vida. Por muito tempo lutei e soube vencer este espírito tentador, que, em horas de melancolia, em momentos de entusiasmo, em instantes de preazer, na presença do belo, do grande, me antolhava, demónio enganador, o campo da poesia, fascinando-me com promessas risonhas, que nunca eu tinha de ver realizadas; afinal sucumbi e o resultado da derrota é isso que hoje reúno neste livro donde espero nunca sairá. Viverá isolado e escondido de vistas estranhas, pois nem maiores pretensões ele tem.

(...)

Escrevi-o só para mim. Queria-o para um museu das minhas impressões que me recordasse no futuro esses devaneios e fulgantes fantasias, que constituem a mais apreciável riqueza da juventude, segundo dizem os que já estão fora dessa quadra de vida."

(in, Poesias de Júlio Dinis)

Olá a todos, sei que a ausência se prolongou, muito para além daquilo que eu esperava. Durante este tempo que passou, não parei de escrever, mas muito do que escrevi era tão escuro, que...

Achei por bem fazer uma pausa e emcontrar a Paz dentro de mim, para voltar novamente...

Para mim este cantinho é como o Livro do Júlio Dinis, só dele... Aqui escrevo o que dentro de mim flutua, os sentimentos, as emoções, as lágrimas e os sorrisos... Mas achei que depois duma época tão colorida (acho eu), não seria bom escorecer o blog com textos ou palavras soltas que voassem que nem abutres sob a minha cabeça...

É a música, é a leitura que começam novamente a dar cor à minha vida.

Acabei de ler "Veronica decide morrer" do Paulo Coelho, as semelhanças eram enormes a começar pelo nome, mas todo o texto em si. A grande diferença estava apenas em que não precisei de decidir morrer para perceber que é a consciência da morte que nos faz acordar para a vida...

Espero que em breve consiga encontrar a porta que me leve ao encadear de palavras, que mesmo soltas, não me magoem tanto.

Na escuridão que me envolve

espero em breve encontrar cor,

deixar a tristeza que me absorve

e o aperto deste triste temor...

Para viver livremente

deixar o passado ausente

o presente, sem presente

e partir para um futuro eloquente

e novamente RENASCER...

Mónica