22.8.05

Naquele pôr do sol


Ao longe no horizonte
vejo o sol a bailar sozinho
descendo suavemente
até tocar no mar.

Lá, deposita um longo beijo,
entrega ao mar uma tarefa,
que ele cumpra o seu desejo
e o entrege à sua amada
logo que ele a vir chegar.

O mar, como grande confidente
sabe bem as desventuras deste amor
pois é ele que assiste à tristeza
emanada da lua sobre a forma de luar
que envolve os enamorados,
aqueles que livremente podem amar.

É nele que o sol reflecte
diáriamente o seu brilhar
talvez com a esperança
que ainda reste algum raio
na hora da lua chegar.

Estes dois apaixonados
vivem na ansia de se encontrar
e deixar que o mar entregue
todos os beijos que lá foram deixar.

As estrelas como testemunhas
admiram o seu amor
porque eternizou-se no tempo,
apesar de se concretizar
apenas por breves intantes
quando lhes é permitido encontrar.

Nesse instante precioso
em que a lua absorve para si
todos os raios do sol
e guarda-os bem guardados
numa caixa de luar
para quando sentir saudades
deixar sair um pequeno raio
que ilumina o seu olhar.

Naquele pôr do sol
quando o sol tocou o mar
descobri que a paciência
também faz parte do amar,
porque nas minhas costas
surgiam a lua e as estrelas
e mais uma vez
eles não se iriam encontrar
mas mesmo assim eles,
nunca deixarão de se amar
e viverão eternamente
à espera do momento
em que se poderão encontrar.

Também assim vivem os Homens
que ainda não encontraram o amor,
apenas têm que ter calma
porque um dia à sombra da madrugada
ele vai chegar de mansinho
na forma de um simples olhar
que ficará para sempre
refectido e guardado no mar
pois ele é o confidente
em quem podemos sempre confiar.