11.7.05

A PAIXÃO



Não há nada igual. É de uma força tão grande, é uma velocidade tão forte, é uma determinação tão violenta. A Paixão chega, entra, domina e dói admiravelmente.
Quando ela chega, o estômago fica leve e todo o corpo se deixa transportar, sem limites, suspenso, dormente…
O coração grita, desordenado e forte. Os olhos vêem mais, os ouvidos percebem melhor e o cheiro vive.

A Paixão chega sempre tarde, mesmo quando ainda é cedo. A Paixão é querer. É querer estar lá, só lá, sempre lá, ao pé, colado, junto, sempre junto, sem perder tempo. A Paixão preenche, enche, transborda. A Paixão é só dar, é só entregar, é só oferecer.

A Paixão não tem responsabilidades, não presta contas, não faz relatórios, vive por si e de si. Não tem horário. Não descansa, não dorme, não toma decisões, não se controla. A Paixão vive e não há nada a fazer. Ninguém a vence, ninguém lhe ganha, ninguém a derrota.

A Paixão é tão forte, tão inabalável, tão quente, doce, intensa, tão nossa, tão indefinível, tão inexplicável, tão admiravelmente intensa…
Anónimo