11.5.06

Volta sem regresso...


Jardins Proibidos

Quando amanheces, logo no ar,
Se agita a luz, sem querer,
E mesmo o dia, vem devagar,
Para te ver.

E, já rendido, vê-te chegar,
Desse outro mundo, só teu,
Onde eu queria entrar um dia,
P'ra me perder.

P'ra me perder, nesses recantos
Onde tu andas, sozinha sem mim,
Ardo em ciúme desse jardim,
Onde só vai quem tu quiseres,
Onde és senhora do tempo sem
Fim,
Por minha cruz, jóia de luz,
Entre as mulheres.

Quebra-se o tempo, em teu olhar,
Nesse gesto, sem pudor,
Rasga-se o céu, e lá vou eu,
P'ra me perder.

P'ra me perder, nesses recantos
Onde tu andas, sozinha sem mim,
Ardo em ciúme desse jardim,
Onde só vai quem tu quiseres,
Onde és senhora do tempo sem
Fim,
Por minha cruz, jóia de luz.

Paulo Gonzo & Pedro Malaquias


Olá a todos, ao fim de quase um mês de ausência, finalmente voltei... É voltei, mas infelizmente ainda não consegui regessar, da longa viagem que comecei pelos recantos do meu ser...


A música, Paulo Gonzo, não foi escolhida de ânimo leve... Andei durante alguns dias a acordar sempre com o mesmo som no ouvido "Meu amor sei-te de cor"... Chamem-me louca, tanto melhor, a verdade é que sei que existe um jardim dentro de mim, aquele onde guardo a luz, o amor, as lágrimas... ainda não encontrei a palavra mágica para entrar, ou então, ainda não a entoei de forma correcta:

ENTRA ALEGRIA...

Senhora de um tempo sem fim, perco minutos preciosos a procurar o que há muito já tenho, o que há muito trago comigo e ainda não aprendi a usar...

Pois é, que texto mais confuso, é mesmo uma volta sem regresso... estou aqui mas sei que poderia estar aqui alguém um pouco diferente, quem sabe um dia não regresso para nunca mais voltar!!!


Um destes dias li: "É na experiência da vida que o Homem evolui." Sem dúvida, sei que lentamente vou interiorizar toda esta loucura que parece ter engolido a minha vida e vou dizer: "Mudei e sei que foi para melhor..."

No meu diário, o meu Livro que Fala de Afectos, a que resolvi dar o nome: "Nas Asas de um Avião", escrevo algumas coisas, mas a escuridão cobre cada palavra e eu quero o meu blog colorido... Gosto deste livro porque não são apenas páginas em branco, no meio dos meus afectos tem imagens coloridas, pedaços soltos de texto que vou lendo e comentando, afinal são pedaços da minha vida.

"Ó Lua que escondes Tu?
Uma mulher enfeitiçada?
Um corpo nu...
De mulher mortificada!!!"
(Mónica a 19 de Abril de 2006)


Alguns dias mais tarde (26/4), numas páginas à frente li:

"- Uma agressividade, assim, a querer dizer: Olhem para mim. Oiçam as minhas dificuldades, a minha angústia. Oiçam, oiçam tudo, até por quem é que eu respiro, senão eu posso querer... desistir de respirar.
- Pode...
- A violência que poderá fazer a si próprio é a pior de todas. Uma maneira de comunicar que uma vontade enorme de morrer esconde uma vontade enorme de viver, MAS UMA OUTRA VIDA, em que não seja difícil amar e ser amado!
- E o segredo...
- Pode ser servir-se da agressividade para comunicar, mas criando, criando... Ao exprimi-la, ao desempenhá-la, em vez de a sofrer, podemos exorcizá-la, afastá-la."

(Do Livro Fala-me de amor de Graça Gonçalves)

Nesse momento senti uma enorme vontade de chorar, mas apenas escrevi: "eu mesma hoje, ontem...", no resto da página escrevi o poema "Só" e terminei-o dizendo "Continuo só"...


Quando escrevo nada parece fazer sentido no momento, mas depois olho e vejo que sou eu que estou em cada letra, palavra e linha...

Meus queridos o texto já vai longo só me resta dizer:


SEJAM MUITO FELIZES